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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

5 Mitos da ciência

1. Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar?

Pode parecer improvável que um raio caia duas vezes no mesmo lugar, mas é possível, sim. Basta ver locais que costumam ser atingidos por raios com freqüência, como por exemplo a plataforma de lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (Estados Unidos).

A grande freqüência de tempestades elétricas durante o verão torna a região do Cabo Canaveral especialmente suscetível às descargas elétricas, particularmente na plataforma, por ser um ponto muito elevado e isolado.

De acordo com o meteorologista Eugênio Hackbart, no site Metsul, a frase "um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar" é apenas um ditado popular. Um raio pode, sim, cair até mais de duas vezes no mesmo lugar.


2. A água gira nas pias em sentidos contrários no hemisfério norte e no hemisfério sul?

Este é um dos mitos mais difundidos da ciência, o de que a água giraria nos ralos das pias de acordo com o hemisfério. É certo que a água gira em um sentido no hemisfério norte e no sentido contrário no hemisfério sul. Mas não se pode comprovar isto em um vaso sanitário ou mesmo na pia do banheiro. Segundo o professor Valdir Bindilatti, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), a força de Coriolis - princípio da Física que diz que um fluido que se encontra numa superfície em rotação descreve uma aceleração perpendicular ao movimento da superfície - que afeta, por exemplo, as tempestades, é muito pequena. "No ralo da pia, ao escoar, a água cai num movimento de rotação. A força está lá, mas é muito pequena, e na verdade a água poderá girar para qualquer lado", diz o especialista.

Pode-se ver o efeito de Coriolis ao olhar fotos de satélites que mostrem uma tempestade: se ela estiver no hemisfério norte, a massa de nuvens gira no sentido anti-horário, mas se estiver no hemisfério sul, as nuvens se movem em sentido horário. Em função da rotação da Terra, a força de Coriolis faz com que as nuvens mostrem um movimento ciclônico. Numa pia, por exemplo, qualquer pequeno movimento da água já comporta inércia o suficiente para superar a pequena força de Coriolis, que se perde. Assim, a água pode girar em qualquer sentido, independente do hemisfério em que se está.


Foto: getty

3. Uma moeda lançada do alto de um edifício poderia matar uma pessoa?

Uma moeda, mesmo que pequena como a de 1 centavo, não é precisamente a arma mais eficiente que existe, mesmo se for lançada do alto do Empire State Building - edifício com 381 m de altura, em Nova York, EUA. A professora Thaisa Storchi Bergmann, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), confirma a informação de que a moeda não seria fatal, destacando que a resistência do ar é suficiente para desacelerar a velocidade de queda da moeda.

"Isso se explica graças à velocidade terminal encontrada na atmosfera, que ocorre por causa da resistência do ar", afirma. Ou seja, é a velocidade na qual a força gravitacional que empurra para baixo é igual e oposta à resistência do ar, que empurra para cima, sendo duas forças constantes que acabam se anulando.

Segundo a professora, a máxima velocidade que o objeto poderia alcançar seria de 240 km/h, que vale para qualquer projétil lançado de um lugar alto. "A moeda não mataria uma pessoa, mas poderia machucar dependendo da forma como ela bater na cabeça. Por exemplo, se cair de pé, com a lateral voltada para baixo, pode sim causar algum desconforto em algum desafortunado pedestre", completa.

4. Susto cura soluço?

O soluço, segundo o médico Tarcísio Mota, é uma respiração com espasmos provocada pelo súbito fechamento da glote (abertura localizada na laringe, que serve de passagem de ar para os pulmões) junto com uma contração repentina e involuntária do diafragma, músculo que separa o tórax do abdome e está relacionado à respiração. Normalmente, o soluço não causa problemas para a saúde e desaparece espontaneamente em alguns minutos.

Ao levar um susto, a pessoa tende a fazer uma forte inspiração, o que aumenta o volume de ar nos pulmões. Os pulmões, por sua vez, pressionam o diafragma e fazem com que ele se estique e volte a funcionar normalmente. Ou seja, o susto até pode funcionar. Mas há outros métodos, como inspirar e segurar o ar por alguns instantes, ou tomar um copo de água com o nariz tampado.

5. Ler com pouca luz prejudica a visão?

O oftalmologista Ricardo Lamy, do Hospital Universitário Clementino Fraga, ligado à Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que não existe nenhum estudo científico que comprove que ler em um ambiente com pouca luz possa danificar a visão.

Segundo ele, "o que prejudica é que o esforço para a leitura será maior, ocasionando uma contração dos músculos dos olhos que pode terminar em uma dor de cabeça".

No entanto, Lamy afirma que ler em um local mais iluminado possibilita ao indivíduo enxergar as coisas com um melhor contraste, facilitando a leitura. "A iluminação ideal é aquela que vem por trás da cabeça, não deixar a luz exatamente em cima ou chegando pela frente", avisa.

De acordo com o oftalmologista, quem usa óculos - portanto já tem algum tipo de deficiência visual -, também não precisa se preocupar. Os óculos são apenas um mecanismo que gera conforto às pessoas, mas não têm caráter curativo.

Mesmo que não prejudique a visão, o ideal, diz o especialista, é sempre procurar as melhores condições possíveis de iluminação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso eu não sabia

Robert Ruas disse...

Achei legal as curiosidades,e queria saber o que acontece quando cai um raio?